quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Elas

"Mas deixe a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo que vai chorar"

Regra Três - Vinícius de Moraes

Eu a espero com aquilo que sei
A imagino em tantas, faço figuras complexas, esboços completos
E dou-me de frente com ilusões minhas, com desejos impalpáveis, com olhares vazios

A beleza delas passa e marca, faz-me de bobo, arranca as palavras mais belas
Só que o meu querer é muito mais do que beleza. Ele pede uma amiga, companheira
E elas passam a desfilar suas magníficas formas, enquanto meu coração arde em fogo próprio.

Por querê-las tanto, por vezes faço papel de bobo, engano-me, esqueço-me do que já passou
E busco-as em qualquer detalhe, num sopro de esperança, em frases incompletas
Seus olhares dizem tudo, mas eu não enxergo. Elas finalizam sem ter começado, e eu inicio o jogo já sabendo da derrota.

Esse é uma pobre ode a elas, ou ao menos ao que elas representam pra mim.
Em meus sonhos, em meus universos ideais, elas reinam com imponência
E eu permaneço, como um servo, a buscá-las em qualquer olhar, em qualquer gesto que, mesmo por um instante, as faça minhas.

Por Guto Seguin

Um comentário:

  1. Belo texto! Mostra como a inspiração para o homem é permanente. Os homens são eternos apaixonados, contempladores.

    Lembrei o estilo do Matheus. Mas, como o Matheus é tudo que eu conheço de literura poética, não tenho muita referência.

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