Não tem jeito. Entrego-me tão fácil aos olhares alheiosDou-me tão intensamente àquelas que por hora vejoQue faço do meu querer uma arma a disparar receios
Queria escrever mais, deixar claro o que sinto, envolvê-la em meus traçosTornar do que guardo um estímulo, um ponto sem nó, meu acasoMas fico apenas com o que vejo, a indelicadeza voraz, seu maltrato
Contenho-me com um sabor impessoal, mascarado, sem cheiro e sem tatoE fico a lamentar as ausências, o silêncio que vem dela, seu descasoComo seu eu fosse jóia rara, impenetrável, imbatível em meu cansaço
Abro as portas e deixo que ela venha por si só. Desisto da busca, rasgo o contratoTransformo-a em algo que nunca terei, como meu blefe evidente, meu choro engasgadoÀ menina desenhada, meu desejo onírico, minha busca irreal, meu sentimento inventado Por Guto Seguin
Caramba! É a descrição de uma paixão avassaladora hein? O transtorno, a confusão, a completa ignorância sobre qual a melhor forma de agir.
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